terça-feira, 17 de maio de 2011

O Egito Antigo, “Dádiva do Nilo”


        O Egito Antigo, “Dádiva do Nilo”




O Egito, um extenso oásis

“Dádiva do Nilo”, segundo a expressão de Heródoto grego do século v a.C., o Egito Antigo era, na realidade, um extenso oásis com mais de 1000 quilômetros de comprimento por 10 de largura. O rio Nilo era, então, muito mais largo do que é hoje e corria através de uma vasta planície. Ao longo do tempo, a largura do rio foi diminuindo e seu leito ficando cada vez mais profundo.

De junho a outubro, as águas do Nilo inundavam as terras de ambas as margens. Depois das cheias, os camponeses iniciavam a semeadura num terreno fertilizado pelos sedimentos trazidos pela inundação. Portanto, graças a estas inundações anuais, o grande rio preparava uma base fértil para a agricultura.

O rio Nilo fornecia aos egípcios água, para beber e para irrigar as lavouras, e peixes e aves aquáticas para a alimentação. Em suas margens cresciam muitas plantas, entre as quais vários tipos de bambu, que serviam para inúmeros fins. Como o papiro, espécie de papel fabricado.

Nem todas as dádivas do Nilo, porém, eram simpáticas e úteis. Havia os crocodilos e os hipopótamos que tornavam o rio bastante perigoso. Além disso, às vezes, as cheias inundavam as casas, afogando homens e animais.

Como os egípcios observavam a chegada das enchentes?

O “nilômetro” construção em pedra uma espécie de poço, edificada à margem do rio. Havia no fundo do poço uma comunicação direta com o Nilo. Uma escada permitia descer ao poço e ter acesso à água. Havia diversos pontos na parede do poço, junto à escada, os quais permitiam ler a altura atingida pela água. Em função da data e da altura assinadas, era possível prever qual seria a altura máxima da enchente.

De fato, isso foi muito importante: através do nilômetro, os egípcios eram capazes de saber o que iria acontecer na região. Se a água não atingisse a altura ideal, era ruim: sinal de que algum tipo de desgraça iria se abater. Caso o nível das águas fosse muito alto, as terras seriam inundadas e poderiam apodrecer; se fosse muito baixo, viria a seca.

A agricultura egípcia

A agricultura era a ocupação principal dos egípcios. Os antigos agricultores, para regular as águas do rio Nilo, aprenderam a unir-se, a construir diques e armazenar cereais para a época de escassez


Os principais produtos agrícolas eram: algodão e linho (utilizados na fabricação de roupas), trigo, cevada, gergelim, legumes, frutas e , principalmente, muitas oliveiras.O trabalho no campo era realizado com o auxílio de um arado de madeira puxado por bois. Ainda é possível ver nos dias atuais, quatro milênios depois, praticamente a mesma cena.

Perto de suas casas os camponeses criavam alguns porcos e alguns carneiros. As margens do rio cultivavam pomares e hortas que eram regados o ano todo. Nessas hortas produzia favas, lentilhas, grão- de-bico e pepinos. Os camponeses, às vezes, cultivavam uva para fabricação do vinho, criavam tanques com numerosas variedades de peixes que eram depois salgados. O produto da pesca, seco e conservado, acompanhado de pão e de cerveja, constituía parte importante da alimentação dos egípcios.

Os períodos históricos do Egito: Inicialmente o Egito estava dividido num grande número de pequenos Estados independentes. Em seguida esses estados uniram-se formando dois reinos: O Alto e o Baixo Egito. Finalmente, lá pelo ano de 3200 a.C., o Egito foi unificado e submetido à autoridade de um faraó.

Os quatros períodos do antigo Egito: Arcaico, Antigo Império, Médio Império e Novo Império.

Período Arcaico (3200 a.C.-2800 a.C.)Nesse período os exércitos egípcios lutaram com os núbios e os beduínos do deserto pela posse de matérias primas, tais como pedra, cobre e ouro.

Antigo Império (2800 a.C.- 2100 a.C.) O Egito, no antigo Império, foi um Estado pacífico e dedicado á construção de obras de drenagem e irrigação, que impulsionaram o desenvolvimento da agricultura. Nesse período foram construídas também as grandes pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, nas proximidades de Mênfis, a capital do Egito na época.

O Antigo Império terminou principalmente por causa do enfraquecimento da autoridade do faraó, diante do poder dos grandes proprietários de terra e dos chefes dos diversos nomos (Estados Independentes).

Médio Império (2100 a.C.- 1580 a.C.) Nessa época, príncipes do Alto Egito restauram a unidade política do Império e estabeleceram em Tebas a nova capital. Foi um período de boa administração e bastante prosperidade. Terminou por causa de agitações políticas internas que enfraqueceram o país. Isso permitiu que o Egito fosse invadido pelos hicsos, povo nômade de origem asiática, que tinham melhores armas que os egípcios.

Novo Império (1580 a.C.-750 a.C.)

O Egito, nesse período, teve Tebas como capital. O período iniciou-se com a expulsão dos hicsos e foi marcado por numerosas conquistas. Terminou devido a novas agitações internas e ondas de povos invasores.

O Egito, então, entrou em decadência e foi conquistado sucessivamente pelos assírios (670 a.C.), pelos persas (525 a.C.), pelos gregos (332 a.C.) e pelos romanos (30 a.C.).


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